Cuspiu no meu café e saiu. Ah, se soubesses... Se lembrasses, como eu, das circunstâncias em que nos conheceramos haverias de encontrar agravantes em ofensa tão corriqueira. E, se recordasses ainda de que minha fortuna fora toda plantada nos cafezais de meu pai, perceberias o escárnio em sua saliva... Não, não se trata de saliva. Afinal, vinha provando da mesma ao longo de quase uma década. Foram o catarro e a raiva que adensaram seu cuspe e esfriaram meu café. Por que não lhe dei um tapa ao menos, é isso o que te intriga, não? Confesso que na hora não me ocorreu e, fica entre nós, a verdade é que mereci. Sim, devia resguardar minha honra de algum modo, mas não te oporás à idéia de que mais grave do que uma cuspidinha na honra é ver a esperança da perpetuação da espécie, família a e fortuna dando-lhe as costas, não é? Pois bem, conto agora a solução que encontrei para o impasse:
Pedro Rocha
4 comentários:
Gosto dos começos que entram de sola, ainda mais se for um romance que dispara pro infinito e não dá pra saber onde termina. E a conjugação dos verbos, essa opção de deixar eles um tanto formais me dá uma impressão de um tom poético meio gratuito, como se tudo estivesse no superlativo - o que significa que eu fiquei muito curioso pra saber como continua.
A gratuidade, acho legal ter transparecido. O poético que pena... o que eu queria era um cara frio em 1928 que começasse dramatizando pra depois "tá, não bati nela, mas veja como fui mais esperto". Me perdi um pouco...
Obrigado pelo comentário relâmpago!
café com creme ?!
mas nem adoça...
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