segunda-feira, 22 de outubro de 2007

O Tema é café

"Bom dia Senhoras e senhores! Estou aqui hoje para propor a proibição do café. Como os senhores bem sabem hoje em dia o café é a droga legal mais pesada comercializada. Ele, o café, é vendido sem nenhuma restrição e está causando uma grande confusão e danos na população mundia e principalmente na população do nosso pais, e mais, está criando grandes rombos nos fundos destinados à saude.
As estatisticas mostram que uma em três pessoas tem ulceras por culpa do café e que aproximadamente 70% dos cânceres de estomagos tambêm são causados por esse entorpecente. Ou seja, alem de alterar o comportamento do usuário e vicia-lo completamente, como todos já sabem, tambem é altamente prejudicial à saude.
(para, respira e toma um gole de água, ou café como preferirem)
Até agora eu só falei do menor dos males, o rombo de 120 milhões mensais nos fundos destinados à saúde causados pelos usuários de café, agora eu falarei do pior: o comportamentodo usuário. Des da falta de antenção no trabalho, pasando pela violência domestica e até acidentes de trânsito os desvios de comportamento podem chegar até em violência contra a propria sociedade democrática. E isso, meus colegas, é intoleravel.
Nesse meu projeto de lei que vocês seguram agora está tudo descrito detalhadamente. Alguma duvida?"
"Eu Tenho"
"Fale"
"Ahmmm, nessa primeira fase, onde você pensa em colocar os comerciais sobre café passando na televisão somente após as 22 horas, não seria melhor colocar tambêm um aviso do ministerio da saude após os comerciais?"
Daneil Kroll Domingues

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

claricidado



o dado

é animal nascer ! raciocínio é coisa do meio que não está por dentro.. o cachorro faz o movimento contrário.. separado o serumano fica ao lado do dado.. mas o lance é outro _assim disse o lince_ e foi-se..


a informação

telefone sem fio telefone sem fio
dai-nos comunicação mais transparente
quessa língua que nos uniu!


o conhecimento

há vida depois do abismo ?
me tocou um instante:


quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Jogo líquido

Definido estava o jogo que completava algumas horas de existência. Sua vida se consumia em inércia e era o que eu contemplava, ou deveria.

Meu esgotamento estava quase completo. Os olhos secos, as câimbras nas pernas e nos braços, os suspiros inaudíveis. Piscava descontroladamente quando sentia um movimento que pudesse estragar sua forma perfeita.

Dois ambientes invisivelmente separados por nossos movimentos. Estávamos dentro do mesmo quarto. Distantes assim como julgamos o meu suor do seu. Até que ponto levaria minha força de vontade em desvencilhar-se dela pelo olhar viciado?

Como um velho hábito adquirido pela convivência, enxergava o conteúdo de seus olhos por minutos e logo os consumia apressado. Uma força externa era evidentemente necessária, para impedir que as pressões internas explodissem meu corpo, como bolhas de água em processo de ebulição. Acreditava nessa força após tantos usos e jamais pensara na possibilidade de um dia perdê-la.

Coube a fonte solúvel propor um desafio. Queria provar meu vício e minha suposta paixão pelo lugar-comum. Disto ela entendia bem, pois lia tudo que eu indicava. E num golpe de inteligência dela, encontro-me agora fora da dinâmica excessiva da porta que indica a rua. Passando da porta, minhas forças se esgotavam. O que antes me garantia energia para suportar a dinâmica do mundo transformou-se num desgaste que só ela poderia imaginar.

Seus cabelos negros sempre exalavam uma essência forte e seu gosto percorria meu sangue. Seu desejo agora era extrair o que de mais valioso e dependente eu possuía. Algumas horas conseguiram comprovar o vício que sua presença me provocava.

Ela quer me matar de desespero, sabendo exatamente como dependo dela, desde que a consumi pela primeira vez. Café forte.

Ps: Primeiro texto que tinha feito para o Papelote. Aí está.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Demônios

Felipe Schmidt 182 até a praça - Descontrole

Não acredito em Gestalt. Para entender as figuras tenho que consultar as legendas. Besteira. Eu sinto o outdoor que desafina, pisoteio o calçadão que urra e fede. Não sei ler, não escovo os dentes.
Baila plácido o semi-deus filipetando arrotos e flatos ao meio-dia.




Pedro (agora vai...)

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Dos Deuses

Dalton nunca fez nada direito, nem vai fazer. Eu acho que não, sei lá. Ele nunca fez nada grande, eu quero dizer, porque valoriza demais feitos pequenos, fica se prendendo nessas ninharias. Umas coisas que ninguém presta atenção, sabe?, como lembrar de apagar a luz quando todo mundo esqueceu, guardar a louça ou secar os pratos. Umas ambiçõezinhas que giram em torno dessa gentileza abnegada e de um sentido canino de utilidade marginal.

Não vão lembrar do nome dele quando chegar a conta, ou quando encontrarem pratos no armário. Talvez o mencionem em meio a uma conversa ordinária e lá alguém vai dizer: “Gente fina”, assim, nessa entonação meia boca. E daí, se um dia, Deus seja testemunha, um dia a estrela de Dalton brilhar por trinta segundos, quinze, e alguém disser: “Nossa, Dalton, que legal”, o idiota vai regozijar e guardar isso como fruto do reconhecimento de sua abnegação doentia. Deitado só na cama, com a mão sobre o umbigo num gesto patentemente hedonista, vai regurgitar e mastigar cada palavra, enquanto lá fora as pessoas passeiam sobre suas migalhas.

O mais horrível, eu sentencio, é que Dalton nunca vai amar mais do que um amor morno e conivente, não, os heroísmos ultrapassam sua coragem. Sim, ele não faz nada reconhecível por puro pudor, por conta dessa humildade deturpada, hiperbólica, que o leva a imobilidade, a ter culpa a ponto de se vangloriar no escuro. Queria ter o poder de suplicar, de falar pra que se mova, mas mesmo assim minha preocupação só causaria mais celeuma e momentos de prazer solitários.

Que morra Dalton silenciosamente, não vamos sentir sua falta. Já nos orbitou com suas pequenezas, já figurou nos segundos planos. Não guardaremos seu prazerzinho, ele não vai reverberar nas entranhas das pessoas que um dia tiveram seus pratos lavados, suas luzes apagadas, porque o mundo é luz, porque você, eu, nós sim seremos grandes e teremos a beleza e a grandeza de alguém que se importe, nós podemos matar Dalton. E façamos pois sua visão nos incomoda, seu tamanho, façamos para coroar nosso grandioso sucesso.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Hegemonia

Tava conversando com o Pedro de que talvez seja melhor, nessas próximas semanas, a gente ir escrevendo, postando aqui, as pessoas comentando, e conforme nossa vontade de se reunir for ficando inadiável, pá, a gente se reúne. Votem nos comentários.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Academia

“Somos todos o centro do nosso universo, é uma verdade inexorável. Não se pretenda a abnegação, ela simplesmente pode ser considerada apenas uma outra forma de satisfação pessoal. Por outro lado, também não se pretenda ao egoísmo absoluto, que aí vai fuder com tudo.”

Olhei pra ele com aquela cara de “onde foi que ele tirou isso?”. Três dias pra entrega da dissertação, um punhado de rascunhos na minha mão, e tudo que o Cadú tem pra mim é demagogia. Apoiei nos braços da cadeira, girei pra nádega direita e fiquei assim de lado, como se pensasse sobre o grande filósofo na minha frente. Cadú torceu o nariz prum lado, então torceu pro outro, apagou o cigarro, inclinou pra frente e disse:

“Acho melhor você tentar pó-de-guaraná, café e acerola. É mais seguro.”

“Tu simplesmente não tá entendendo: eu não posso dormir.”

“Bala?”

“Vai, Cadú, bala é nojento. Eu preciso de atenção, tem que ser do mesmo.”

“Cara, eu tenho as receitas. Mas sabe como é, tarja preta e vicia. Pooor outro laaado, tem um bagulho americano que vai te manter ligado: pílulas de cafeína. Pouco viciante, pequena crise de abstinência, quase nenhum caso de overdose.”

“Desde quando tu te preocupa comigo?”

“Foda de ficar com bêbado é isso: nunca lembra.”

“Faz o seguinte: me dá essa merda então. Tu ficou chato, hein?”

“Só tô cuidando do meu benzinho.Agora preciso ir”

Pegou na minha mão e sorriu. Quando descolou restavam trinta comprimidos negros. Eles me conduziram a um pesadelo de três dias enfurnado no meu quarto, sem fome, com azia, mergulhando cada vez mais fundo nos rascunhos, mas era vazio e impotente, era um labirinto subterrâneo onde me arrastei colado à parede e fui desembocar no jato de vômito que despejei na privada. As cólicas torciam meu ventre quando o telefone tocou, atendi.

“Que porra foi essa que tu me deu, Cadú?”

“Eu acho que me confundi sobre os comprimidos e te dei os errados. Mas te liguei por outro motivo: tu conhece uma tal de Ana?”

“Quem?”

“Foda de bêbado é isso: nunca lembra.”

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Malandragem postar o texto da semana passada? Pois é, desculpa aí galera, mas falta tempo ultimamente.